Teles se colocam no papel de agregadores de conteúdos OTT

O modelo de distribuição de conteúdos por streaming e em plataformas OTT por parte das operadoras de telecomunicações caminha para a lógica do agregador de conteúdos. Esta foi a visão manifestada pela Oi e pela Vivo durante evento realizado na Futurecom 2018, que acontece esta semana em São Paulo. Para Roberto Guenzburguer, diretor de mobilidade e conteúdos da Oi, é essencial hoje à empresa de telecomunicações que atua no mercado de TV um modelo de parcerias que permita ao operador ser um "super-agregador". O Oi Play, que faz esta função agregando conteúdos OTT de diversas programadoras, é hoje acessível a 40% dos usuários de banda larga da empresa. Para ele, além de agregar estes diferentes conteúdos, o operador tem um papel essencial na curadoria e recomendação dos conteúdos, o que passa pela intensificação de uso de dados de comportamento. "Queremos ser ao mesmo tempo mordomo e concierge do nosso cliente", disse Guenzburguer, lembrando que existe um desafio adicional que é o limite da privacidade dos usuários. "Precisamos entender o quanto os usuários estão dispostos a abrir mão da sua privacidade para terem conteúdos mais customizados".

Para Fernando Luciano, diretor de serviços digitais e inovação da Vivo, os provedores de conteúdos OTTs "trazem uma visão fresca de programação e a gente traz a escala, e é natural que a gente seja o hub destes conteúdos. Isso não é uma coisa coisa desvantajosa", disse. Ele concorda que é necessário agregar inteligência aos serviços a partir dos dados dos usuários, mas que isso precisa ser feito sempre de forma cuidadosa e agregada, por conta dos limites de privacidade.

Aline Sordili, diretora de Desenvolvimento Multiplataforma da Record, que recentemente lançou sua plataforma on-demand, é preciso buscar conteúdos premium e relevantes para os assinantes, "que eles vejam valor, para não virarmos uma nova TV por assinatura". Ela também chama a atenção para a necessidade de negociações melhores com os provedores de conte'duos. "A conta (do modelo OTT)  fecha com volume, mas precisa de um acordo entre todos para que se entenda que o jogo se joga com volume".

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Teresa Penna, head de Negócios e Operações da Globoplay, concorda. "O conteúdo pode se pagar nesse modelo (OTT)  mas a rentabilização vem da escala, todo mundo precisa estar no mesmo mindset, não dá para pensar nos modelos tradicionais".

Os operadores lembraram que existem investimentos pesados em rede por parte das empresas de telecomunicações que precisam ser rentabilizados, ao contrário de distribuidores puros de conteúdos OTT que apensas trafegam nas redes de terceiros.

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