Operadoras dizem não querer provocar corrida por 5G no Brasil

Foto: Pixabay

O grupo Claro Brasil anunciou nesta semana querer ser a primeira a disponibilizar a 5G, mas o presidente da companhia, José Félix, afirmou que a chegada da próxima geração de redes móveis acontecerá de forma gradativa. "A gente está aumentando canos, com muita fibra, muitas antenas, arrumando o core e substituindo a rede por equipamentos baseados em fotônica", disse ele durante painel com os presidentes das operadoras e de empresas do setor na Futurecom nesta quarta, 17. Ele estima que será uma aplicação em "pontos específicos onde se justifique a tecnologia, tanto do ponto de vista do uso, pois é importante alguém precisar querer o serviço, quanto do retorno sobre investimento", diz. "Não tem data para iniciar e nem para terminar, simplesmente vai acontecer de forma quase natural."

O sentimento provocou a simpatia do concorrente: o presidente da Vivo, Eduardo Navarro, chegou a abraçar Félix durante o painel. Navarro chamou atenção para o fato de não haver terminal móvel compatível ainda, e que não se pode ter pressa por pressão de engenheiros e técnicos. "Não podemos permitir que a gente faça corrida pelo 5G para sermos os primeiros a perder dinheiro. Temos responsabilidade de monetização, e hoje os casos de uso estão limitados a B2B, pontos na fábrica e de concentração industrial", declarou. Ainda assim, ele disse esperar estar preparado antes da Oi, Claro e TIM.

Eurico Teles, presidente da Oi, também rechaçou a ideia de corrida tecnológica, preferindo chegar ao mesmo tempo que as demais teles. Por isso, ressalta que o trabalho na infraestrutura já começou. "Está todo mundo estendendo fibra, a Oi também tem um grande backbone. Mas a coisa importante é o que Félix e Navarro falaram: quem vai usar [a quinta geração] e quem terá o retorno sobre investimento."

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A vontade de "chegar junto" à 5G também foi expressada pelo presidente da TIM, Sami Foguel, que ressaltou a disciplina de Capex e também o retorno como fatores importantes na tomada de decisão estratégica. "Não precisamos correr mais que o leão, mas precisamos correr mais que a pessoa que o leão quer pegar", comparou. Além da cautela no contexto brasileiro, o executivo contou que pretende acompanhar a experiência da matriz italiana. "Vamos nos beneficiar com o aprendizado da Itália, e que bom que podemos aprender com eles", destacou.

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