Nii critica gestão financeira na Nextel Brasil e reduz comissão de executivos

O conselho de diretores da Nii Holdings, companhia que controla a Nextel Brasil (que é seu único ativo atualmente), no qual critica o ambiente de controle e monitoramento de atividades da operadora no País entre os anos de 2014 e 2016, chamando de "fraqueza material" a cadeia de comando. Embora não dê nomes aos bois, a empresa se refere às gestões de Gokul Hemmady (até 2015) e Francisco Valim, que esteve no comando da tele de agosto de 2015 até abril deste ano. "Especificamente, a Nextel Brasil não estabeleceu um ambiente de controle e de monitoramento de atividades, incluindo uma estrutura organizacional com recursos suficientemente treinados onde cargos de supervisão, responsabilidades e atividades de monitoramento estavam alinhados com objetivos de reportes financeiros", declara a empresa.

Houve indisposição aparente da companhia norte-americana especialmente no exercício do ano passado, ainda na gestão de Valim. "O ambiente de controle não foi efetivo porque um tom apropriado no topo (do comando) não foi estabelecido na Nextel Brasil, o que poderia resultar na gestão passando por cima dos resultados financeiros com controles internos", diz o comunicado. Declara ainda que o processo de informação também não foi adequado por não lidar com aluguéis, certos passivos provisionados e gastos operacionais.

A saída de Valim, contudo, não tem nada a ver com essas alegações, segundo apurou este noticiário. O que ocorreu é que Valim buscava uma solução de compra da Nextel pelo próprio corpo de executivos (operação conhecida como Management Buy-out, ou MBO), mas os fundos que financiariam a operação não bancaram o projeto. Além disso, a Nextel tem como problema central o fato de ter boa parte de suas receitas baseadas em uma tecnologia em fase terminal, o iDEN, e não ter uma estrutura de capital que comporte os investimentos necessários para a mudança tecnológica de toda a base.

Notícias relacionadas

No começo do mês a empresa substituiu Valim por Roberto Rittes como CEO da empresa. "Espera-se que Rittes entregue um comprometimento ainda maior para estabelecer um tom apropriado no topo (da cadeia de comando) no Brasil ao reforçar a conformidade com o código de conduta da companhia e outras políticas corporativas."

A Nii decidiu ainda que, diante dos desafios financeiros, a política de não haver aumento na base salarial ou no bônus potencial dos diretores executivos era o mais apropriado. Também não haverá compensação de capital para os executivos relativo ao exercício de 2016, o que significa uma "redução significativa" na meta. A comissão anual do CEO Steve Schindler foi reduzida em 70%, com sua compensação total calculada na tabela reduzida em 60%. 

A companhia afirma ainda que a mesa diretora ordenou os funcionários e executivos a focarem em gerenciamento de caixa e economia de custos por meio da medida do desempenho em uso da receita, EBTIDA ajustado e de fluxo de caixa para o programa de bônus de 2016. Como resultado, o desempenho da Nii em prejuízo operacional antes de depreciação e amortização foi de redução de perdas de US$ 155 milhões durante 2016 para US$ 30 milhões em 2016. No mesmo período, o Capex foi reduzido em 63%, total de US$ 91 milhões – ou seja, melhor eficiência nos gastos.

A Nii informou ainda que Ricardo Knoepfelmacher renunciou ao Comitê de Nomeação de Governança Corporativa do conselho. Em seu lugar entrará Robert Schriesheim como membro independente da mesa.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!