Governo está preparado para qualquer hipótese, diz Miro

O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, disse nesta quinta, dia 13, que o governo vai acompanhar com muita atenção todos os atos praticados que envolvam a venda da Embratel pela sua controladora MCI. O ministro se mostrou bastante tranquilo em relação ao anúncio feito na noite de quarta, dia 12, e disse que dentro do governo não há temores em relação à venda. "Nós temos soluções para qualquer cenário que se desenhar. Não vamos ser surpreendidos". Segundo Miro, a Embratel vem sendo acompanhada há muito tempo, desde o começo deste governo, pois detém posições brasileiras de satélite e é uma concessionária de serviço público. "Numa hipótese remota, inconcebível, que seria a interrupção do serviço, até para isto nós temos uma alternativa", declarou o ministro. Miro disse ainda que a lei será o balizamento do poder público para avaliar todos os atos praticados pela empresa.
Ainda esta tarde, o secretário de telecomunicações do Minicom, Pedro Jaime Ziller, receberá, a pedido do ministro, o presidente do conselho de administração da Embratel, Dan Crawford, e Purificación Carpinteyro, VP de marketing e assuntos locais da empresa. Segundo o ministro, ele não poderá receber o executivo da MCI por compromissos determinados pelo presidente Lula.

Jóia

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Perguntado sobre a venda da empresa que na época da privatização foi considerada a "jóia da coroa", Miro respondeu que "um investimento exclusivo em longa distância era algo que já não sinalizava para um bom negócio, ao contrário da telefonia fixa local, onde se tem o monopólio regional. Já a área de longa distância tem muita competição", completando que "jóia da coroa eu acho que é a Telefônica, porque pega o mercado de São Paulo, que é um belo mercado, a empresa está se administrando bem, apresenta lucros formidáveis".
De qualquer forma, uma das hipóteses levantadas na época da privatização em relação à Embratel foi a de manter, em poder do governo, ações especiais da Embratel (golden shares) para dar maior segurança justamente em casos de troca de controle. Essa hipótese não foi adiante para evitar redução no preço de venda da tele. A Embratel saiu por cerca de US$ 2,25 bilhões, no leilão.

Transição

Vale lembrar que durante o período de transição o presidente Lula reuniu-se com os deputados da área de telecomunicações do PT (Walter Pinheiro e Jorge Bittar) e alguns especialistas (um deles está hoje no Minicom) para discutir a questão da Embratel, na época em difícil situação financeira. A preocupação do governo é com os serviços estratégicos (Exército e comunicações governamentais), que dependem da infra-estrutura da tele. Desde então, o governo, até como forma de diminuir a dependência em relação à Embratel, começou a planejar o lançamento de um satélite próprio e estuda o uso da infra-estrutura da Eletronet e da Petrobrás para seus serviços internos e estratégicos.

Pacote

Segundo fonte da Star One, a subsidiária da Embratel para a operação de satélites (que tem participação de 20% da SES Astra), não necessariamente a empresa seria vendida junto com a Embratel em uma negociação única. Isso dependeria da negociação com um eventual comprador da Embratel. "Pode ser que a empresa (Star One) acabe sendo vendida separadamente. Nada disso está definido", diz a fonte. Um possível comprador seria a própria Astra, que ficaria com uma frota global de satélites.

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