Para MVNO deslanchar é preciso baixar VU-M, defende TelComp

O alto valor da VU-M talvez explique porque as operadora móveis ainda não tenham se interessado mais fortemente pelo modelo de MVNO. Para a TelComp, as operadoras móveis hoje não têm estímulo para buscar novas fontes de receita, uma vez que cerca de 30% da receita das teles móveis vêm das companhias fixas, através da tarifa de interconexão.

Notícias relacionadas
Isso explica, segundo o diretor executivo da TelComp, João Moura, porque só a TIM até agora tenha fechado parceria com uma futura operadora virtual. Diferentemente das outras teles móveis, a TIM não tem a operação fixa, o que a torna ainda mais depende da receita com interconexão. Quando a VU-M cair, o impacto será maior para a TIM, já que ela não tem o braço fixo que seria beneficiado pela redução.

“O grande desafio é trazer para a mesa as operadoras dominantes que estão com as redes ocupadas nas grandes cidades e têm o benefício da tarifa de interconexão, que causa uma distorção no mercado”, diz ele. Segundo ele, na Europa as MVNOs apareceram ao mesmo tempo em que os órgãos reguladores começaram a reduzir a tarifa da VU-M.

Já está no Conselho Diretor da Anatel, sob relatoria do conselheiro Jarbas Valente, uma proposta de redução gradativa do VC1 (tarifa de público para chamadas locais), que geraria um impacto sobre o preço da VU-M. A quedapretendida pela Anatel é de 20%. Além disso, a agencia quer obrigar as operadoras que têm redes fixas a praticarem preços isonômicos de VU-M entre suas subsidiárias móveis e as demais teles fixas.

A conselheira da Anatel Emília Ribeiro também concorda que a redução da VU-M pode dar um impulso ao número de interessados na operação virtual, mas por outros motivos. Ela diz que o alto custo para terminar a chamada na rede das móveis é um fator importante que deve ser levado em consideração na montagem dos modelos de negócio.

Segundo a conselheira, há dois pedidos de MVNOs no modelo credenciado de duas instituições de ensino de São Paulo. Até agora, a Anatel já autorizou a operação no modelo de autorizada da Datora Telecomunicações e da Porto Seguro Telecomunicações, que ainda não entraram em operação comercial. Segundo a conselheira, há vários interessados no modelo e o ano de 2012 será o ano em que os projetos vão "sair da gaveta".

A Caixa Econômica Federal, segundo Emília, está estudando como aplicar o modelo de MVNO para que os beneficiários do Bolsa Família possam resgatar seu benefício em comércios locais sem que tenham que se deslocar até uma agência bancária.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!