Para Qualcomm, Brasil se destaca na defesa de faixas para a banda larga móvel na WRC-15

Um aspecto importante sobre a participação brasileira na Conferência Mundial de Radiocomunicação da UIT de 2015 (WRC-15) é o papel do país na defesa da proposta de destinação da faixa de 1,4 GHz a 1,5 GHz para o IMT. Segundo Francisco Giacomini Soares, diretor de relações governamentais da Qualcomm, que está acompanhando o trabalho da delegação brasileira desde as atividades preparatórias, mais do que defender e apoiar a proposta, o Brasil foi um dos seus principais articuladores. "É um fato muito raro esse. O Brasil capitaneou essa proposta que hoje é apoiada por 20 países. Foi um movimento que começou ainda nas preparatórias da Citel", explica. Esse fato é suficiente para dizer, segundo Giacomini, que o Brasil foi para Genebra com uma forte disposição para defender o desenvolvimento de novas faixas para a banda larga móvel. "Mesmo a faixa de 3,5 GHz a 3,6 GHz, que o Brasil apoia para o IMT, não era uma posição consensual entre os diferentes setores e o país está apoiando para a banda larga móvel", diz ele. Na última semana, este noticiário publicou uma análise das posições defendidas pelo Brasil sustentando que elas se alinham aos interesses da radiodifusão e do setor de satélites. Para a Qualcomm, essa é uma leitura parcial, ainda que, de fato, posições como o "no-change" para a faixa de 600 MHz (posição defendida pelos radiodifusores) possam corroborar essa tese.

5G

Para o diretor da Qualcomm, o Brasil poderia estar melhor posicionado para a discussão sobre o futuro da banda Ka se tivesse mantido sua participação no grupo de trabalho que preparará a pauta da próxima conferência, em 2019. Isso porque o Brasil, para não endossar a inclusão da faixa de banda Ka entre as possíveis faixas para a quinta geração de telefonia móvel (5G), resolveu deixar a discussão durante o encontro desse mês em Genebra. "Independentemente de se apoiar ou não a faixa de banda Ka como uma possível faixa para o 5G, seria importante termos voz ativa nessa discussão", avalia. Esse é um outro item da pauta da WRC-15 em que o Brasil se alinhou ao setor de satélites, pois o país entende que é preciso preservar a banda Ka para os serviços satelitais e não quer que ela seja nem cogitada para a banda larga móvel. A WRC-15 pretende já indicar as faixas que serão discutidas para a 5G durante a próxima conferência, de 2019.

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