Pré-pagos ganham prestígio nos EUA

O setor de telecomunicações voltou a apresentar resultados surpreendentemente bons nas bolsas dos Estados Unidos. Nos últimos cinco dias, enquanto o índice Dow Jones subiu 2,24%, o segmento de telefonia celular deu um salto de 7,53% e o de telefonia fixa, 5,52%. É um movimento consistente de pelo menos um mês, em que as celulares já avançaram quase 13%.
Quando se abre o setor de telefonia fixa, observa-se que o impulso foi dado pelas maiores operadoras (AT&T, SBC e Bell South, nessa ordem), com percentuais de valorização em torno de 12% nos últimos 30 dias. Ainda que as receitas de grande parte das empresas já tenham deixado de cair, isso não significa ainda, segundo o analista Dave Sterman, da Multex Investor, que vai começar uma nova era de crescimento. Os resultados de empresas como a Lucent e mesmo as baby bells seguem com pouco brilho.
Mas o grande destaque, é mesmo a comunicação sem fio e, dentro desta, a Nextel (alta de quase 62% em um mês) seguida pela Western (40%) e US Celular ( 26%). A AT&T está bem abaixo, mas não faz feio. Apenas a Sprint, entre as que têm presença no Brasil, que está mal.

Uma das explicações para a recuperação das operadoras de celulares está na verdadeira volta por cima da modalidade pré-pago. Especialmente os destinados a estudantes. ?Dentro do pré-pago, o mercado adolescente emergiu como uma fonte significativa de demanda?, observa o pesquisador Greg Gorbatencko, da Loop Capital Markets. Acabou a conotação negativa do pré-pago, de acordo com Tavis McCourt, da Morgan Keegan. Tanto a Nextel, quanto a Verizon e a Cingular estão investindo no pré-pago.
Um detalhe importante: fornecedores de equipamentos para telefonia celular voltaram a ser citados na lista dos 10 top da Multex. Nesta semana, foram incluídas por analistas de Wall Street a Motorola, a Nokia e a Qualcomm.