Mercado da AL retomará fôlego com foco em dados e migração para pós-pago

Operadoras latino-americanas estão buscando atrair mais clientes para planos pós-pagos, aumentando assim a receita média por usuário (ARPU), e a chave para isso está nos serviços de dados, de acordo com levantamento da Frost & Sullivan divulgado nesta quinta-feira, 11. A estimativa é que as empresas consigam promover migração de usuários pré-pago para planos controles, aumentando assim a participação do pós-pago de 25,8% em 2015 para 31% em 2021.

Assim, a expectativa da consultoria é que o mercado regional volte a apresentar crescimento nas receitas, apesar da queda de 18,7% em 2015 na comparação com o ano anterior. A empresa afirma que a receita total no ano passado foi de US$ 58,32 bilhões, com expectativa de aumentar 31,77% e chegar a US$ 76,85 bilhões em 2021, com crescimento médio anual de 4,7%. Já a base totalizou 546,8 milhões de linhas no ano passado, queda de 3%.

A compensação da queda nas receitas seria justamente com os serviços de dados de banda larga móvel, M2M e serviços de valor agregado (SVAs). Atualmente, esses serviços representam 37,3% da receita total de serviços móveis, mas em 2021 essa participação deverá crescer para 57,3%, ainda segundo a Frost & Sullivan.

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O relatório da consultoria afirma que o Brasil é o maior mercado móvel da América Latina, com 47,5% dos acessos e 34,6% das receitas – a diferença estaria justamente à alta penetração do pré-pago no País. Colômbia e México também contam com esse perfil, onde mais de 80% dos usuários possuem esse tipo de plano. O país com menor penetração de pré-pago é o Chile, com 68,9%. Até por conta disso, o mercado chileno representa 5% das linhas e 7% das receitas.

A análise da empresa é que o crescimento do mercado pós-pago se deve ao aumento dos acessos máquina-a-máquina (M2M) e aos subsídios oferecidos pelas operadoras nas compras de aparelhos, especialmente por conta da migração de featurephones para smartphones. Também influencia, desta vez na queda do pré-pago, as medidas regulatórias de corte de tarifas de interconexão, que reduzem o preço das chamadas off-net e acabam com o efeito comunidade, que leva a usuários possuírem mais de um SIMcard.

Dados locais

A título de comparação, segundo dados da Anatel, o Brasil contava com 257,794 milhões de acessos em dezembro de 2015, o que representaria 47,15% do total da América Latina. Desses, 71,58% eram de números pré-pagos, e 28,42% eram pós-pagos. Vale ressaltar que o market share do pré-pago diminuiu 4.27 pontos percentuais em comparação com dezembro de 2014.

Já o volume de receitas chegou a R$ 14,27 bilhões no período, de acordo com o relatório de acompanhamento do setor divulgado pela agência na semana passada. Importante lembrar, porém, que a Anatel considera apenas as receitas operacionais líquidas com o serviço móvel pessoal, e não o volume total das operadoras. Contabilizando as receitas totais reportadas pela Algar, Claro, Oi, Nextel, TIM e Vivo em 2015, utilizando a cotação do dólar em dezembro daquele ano, o volume total no Brasil seria de US$ 20,5 bilhões, o que representaria 35,15% da receita total levantada pela Frost & Sullivan.

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