Sigfox: WND vai investir US$ 30 milhões na produção nacional de dispositivos

Foto: jeferrb / Pixabay.com

(Matéria originalmente publicada no Mobile Time) A WND, operadora exclusiva da rede Sigfox no Brasil, pretende investir US$ 30 milhões na fabricação nacional de produtos com essa tecnologia. A ideia é criar uma espécie de incubadora e aportar dinheiro em empresas que tenham projetos de hardware que utilizem Sigfox. Em troca do investimento, a WND terá uma participação acionária de 10% a 50% em cada companhia selecionada. Outros detalhes ainda estão sendo definidos e os investimentos devem começar em 2019.

Hoje, há 31 empresas brasileiras desenvolvendo dispositivos Sigfox, mas muitas enfrentam a dificuldade de conseguir financiamento. Ao mesmo tempo, o preço dos dispositivos é a maior barreira para a adoção de soluções com Sigfox no Brasil. Com a ajuda financeira às start-ups, a WND espera destravar esse obstáculo.

"Já resolvemos o problema do preço da conectividade. Entregamos um pacote do sensor até a nuvem, sem outros custos escondidos. É transparente. O grande gargalo agora é o preço do dispositivo", explica Alex Reis, diretor de operações da WND.

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O executivo cita como exemplo uma prova de conceito que está sendo conduzida na pecuária. Trata-se do uso de uma coleira para gado, que mede temperatura, umidade, batimento cardíaco e a localização de cada vaca. Hoje, a coleira é importada da Espanha e custa entre US$ 80 e US$ 100. O ideal é que custasse em torno de US$ 20, o que só seria possível com a produção nacional, diz Reis.

Hoje a WND conta com 70 parceiros autorizados a vender soluções com conectividade Sigfox no País. E há cerca de 150 provas de conceito em andamento em verticais diversas, desde agropecuária até utilities, como distribuidoras de energia e de água.

A expectativa da WND é que haja 25 milhões de dispositivos conectados à sua rede no Brasil em 2020.

A rede e o modelo de negócios

A Sigfox é uma tecnologia proprietária de transmissão de dados sem fio em baixa potência e largo alcance (LPWA, na sigla em inglês) voltada para aplicações de Internet das Coisas (IoT). A WND é a sua representante exclusiva no Brasil e montou ao longo dos últimos dois anos uma rede nacional com 1 mil ERBs espalhadas por todas as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal, além de várias cidades no interior, cobrindo cerca de 60% da população brasileira.

Essa tecnologia permite o envio e recebimento de mensagens pequenas, com até 12 bytes cada. É ideal para o tráfego de dados captados por sensores em soluções de IoT. A empresa cobra US$ 0,5 por ano por dispositivo para o envio de até duas mensagens por dia.

Competição com Lora

A WND conta agora com uma competidora: a American Tower está montando uma rede com outra tecnologia LPWA, a Lora. Seu modelo de negócios deve ser divulgado na semana que vem, durante a Futurecom.

"O mercado brasileiro é tão grande que há espaço para todos. Qualquer empresa que ajude a dinamizar IoT é bem-vinda. Caberá ao cliente escolher entre uma ou outra", comentou Reis. "Nosso diferencial é que já temos a rede em todas as capitais e temos uma oferta comercial extremamente transparente e simples. Sem custos escondidos", acrescentou.

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