Ancine vê VOD como nova onda para crescimento do audiovisual nacional

A Ancine aposta na distribuição sob-demanda como a próxima fronteira de expansão do mercado brasileiro de audiovisual. Durante a abertura do TelasFórum, evento organizado pela Converge e pela SPCine e que acontece esta semana em São Paulo, Manoel Rangel, presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine) comemorou a expansão do mercado de produção para televisão nos últimos anos, tanto do ponto de vista de obras criadas quanto em recursos investidos. A continuidade desse processo, diz Rangel, passará não apenas pela continuidade do crescimento do mercado de TV paga como pelo desenvolvimento de novas fronteiras de distribuição, e a que a Ancine mais coloca suas fichas é no vídeo sob-demanda, a ponto de estar preparando para o próximo ano uma normatização desse mercado por meio de um novo marco legal.

Ao enumerar as prioridades que deverão fazer parte das diretrizes do segundo ano do Programa Brasil de Todas as Telas, Rangel ressaltou a importância de "manter os investimentos nos patamares já alcançados" e "ter o VoD como a perspectiva de fronteira de crescimento do setor audiovisual". Segundo Rangel, a regulamentação do mercado de VoD será importante nesse sentido (a Ancine já disse que essa regulamentação deve prever garantias de cotas para produções nacionais), e ele citou ainda a plataforma pública de vídeo sob-demanda que está sendo desenvolvida pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura como um canal importante de distribuição de conteúdos nessa plataforma.

Números

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Entre os números apresentados por Manoel Rangel destacam-se o total de 96 canais de TV por assinatura hoje cumprindo cotas de tela, o que totaliza 54 mil horas de conteúdo brasileiro por ano e 33 mil horas de conteúdos independentes. Estes são os dados quantitativos.

Em relação aos CPB emitidos (certificados emitidos a cada produção nacional registrada na Ancine), foram 3,33 mil em 2013, 3,36 mil em 2014 e 2,8 mil em 2015. Segundo a diretora da Ancine, Rosana Alcântara, o número menor em 2015 não se deve a uma diminuição, mas apenas ao fato de o ano ainda não ter terminado. Segundo ela, a Ancine não detectou nenhum movimento de queda no ritmo de registro de produção nacional para TV em função da crise.

Outro dado apresentado por Manoel Rangel diz respeito aos montantes investidos em produção. De novo, ele destaca o crescimento dos últimos anos. Os recursos do Fundo Setorial Audiovisual destinados a programação de TV por assinatura saltaram de R$ 55 milhões em 2013 para R$ 171,4 milhões em 2014 e no acumulado de 2015. O número supera o de produção de cinema, que foi de R$ 40 ,6 milhões para R$ 103,7 milhões no mesmo período.

Já a diretora da Ancine, Rosana Alcântara, trouxe dados mais detalhados por linhas de incentivos. Segundo ela, o Artigo 39, correspondente ao que as programadoras internacionais deixam de recolher em Condecine em troca de investimentos em co-produção, passou de R$ 28 milhões em 2013 para R$ 60,2 milhões em 2014. Outro mecanismo muito utilizado em produções voltadas para TV por assinatura é o Artigo 3oA da Lei do Audiovisual. Nesse caso, passou-se de um montante de R$ 28,5 milhões em 2013 para R$ 59,5 milhões em 2014.

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