Governo entra no jogo pelo futuro da Oi

Esta semana o governo decidiu definitivamente entrar em campo para resolver a complicada situação da Oi. A primeira medida foi ter tornado público o plano de alterar a legislação para uma possível intervenção mais ampla na empresa, incluindo todos os ativos, e não apenas a concessão. Pouco importa que o tempo de definição e aprovação de uma medida deste tipo ainda demore. O que importava era o recado, sobretudo para os acionistas que relutam em abrir mão de suas posições (Pharol e Société Mondiale) e debenturistas, que resistem em aceitar o corte da dívida. Hoje o presidente da Anatel, Juarez Quadros, deixou claro que uma possível intervenção poderia acontecer mesmo durante a recuperação judicial. Ou seja, o governo, que também é credor em mais de um terço do montante em recuperação, é quem negociaria, na hipótese de colocar um interventor.

A segunda manobra, esta muito mais arriscada, foi afastar cautelarmente a Société Mondiale (Nelson Tanure) do conselho da operadora. A cautelar ainda suspendeu os poderes de voto e veto de Tanure nas deliberações da Oi S/A, conselhos e demais instâncias. Além disso, a Anatel vai colocar nas reuniões daqui para frente um observador para acompanhar cada decisão do conselho. Essa medida também serve para constranger a Pharol, além de diminuir a influência de Tanure da equação e da renegociação. Foi, na prática, uma intervenção na empresa. Mas o que tiver que acontecer terá que ser rápido, pois a Anatel, em algum momento, terá que dizer se aprova ou não a entrada da Société no controle da Oi, algo que já está em trâmite desde o final de agosto. Não há prazo legal para esta anuência e em geral as análises são longas, mas quando existem questões concorrenciais evidentes, o que não é o caso da entrada de um fundo investidor.

Desde a privatização do Sistema Telebrás o governo tenta escolher um acionista estratégico para a Oi, sem muito sucesso. Começando nas primeiras articulações "no limite da responsabilidade" (fracassadas) para evitar que o consórcio vencedor do leilão ficasse com a empresa, passando pela fusão com a Brasil Telecom, entrada da Portugal Telecom, todos foram movimentos com respaldo do governo. Agora o problema é mais crítico, pois ao entrar em recuperação judicial, a Oi acionou a contagem regressiva de uma situação de falência, que é a única alternativa caso não haja acordo com os credores.

Notícias relacionadas

Ao excluir Nelson Tanure do jogo, ou pelo menos limitar a sua atuação, a o governo espera abrir espaço e igualar a disputa para que outras empresas se interessem ou que outros modelos sejam desenhados, mas ainda é cedo para dizer se há preferência por algum candidato. O fato é que os últimos movimentos mostram que, agora, existe pressa em achar uma solução.

2 COMENTÁRIOS

  1. Onde estava o governo e a anatel quando os controladores (ladrões da família jereissati telecom e a. Gutierres )transferiram as dívidas de suas empresas controladoras para dentro do balanço da OI isso com a conivência dos portugueses da PT e do BNDS que ficou satisfeito em receber uma dívida sem garantia e duvidosa. Ou seja os acionistas controladores arrebentaram a Oi saqueando a, com operações societárias fraudulentas, isso com a complacência da Anatel, governo e bnds, isso em claro prejuízo aos acionistas minoritários que estão massacrados e perdendo seu patrimônio pela desvalorização das ações da cia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!