Problemas da Telefônica são maiores na Europa que aqui

Executivos da Telefônica disseram à imprensa espanhola nesta quarta-feira, 7, que a empresa deve fechar o ano com um prejuízo líquido de ? 3,6 bilhões ? um número otimista quando se consideram suas perdas de ? 5,57 bilhões no primeiro semestre. Tão otimista que o mercado premiou suas ADRs e BDRs com altas, respectivamente, de 2,67% (US$ 26,58) e de 1,15% no Brasil (R$ 26,30), depois de um período de oscilações atribuídas ao risco Brasil.
Na verdade, apesar das perdas na Argentina, é na Europa que estão as maiores dores de cabeça da Telefônica. Só para o saneamento financeiro e provisão de gastos de suas operações de telefonia móvel, televisão e, em particular, do insucesso de sua atuação na Alemanha, Áustria e Suíça, o grupo teve que fazer um aporte de ? 4,8 bilhões. Para impedir a deterioração de suas contas, está vendendo ativos, entre os quais a produtora de TV holandesa Endemol, pela qual pagou, em 2000, o equivalente a nada menos de ? 5 bilhões.
A América Latina não tem sido propriamente um sucesso. Vale observar que no primeiro semestre, o faturamento em moeda forte na região (? 3,97 bilhões) foi 23,3% inferior ao de igual período do ano passado, por força da crise argentina e, principalmente, das desvalorizações das moedas (63% na Argentina, 8,6% no Chile e 11,9% no Brasil).

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Note-se, porém, que a Telefônica e o mercado não podem se queixar do Brasil. As receitas obtidas no primeiro semestre no País cresceram 11,5% em reais, com uma perda em euros de apenas 1,7%. Quase nada quando se compara o prejuízo do grupo, de ? 5,57 bilhões, com os lucros de ? 1,14 bilhão em igual período do ano passado. Além da Espanha, apenas a Telefônica do Brasil teve aumento de sua participação no EBITDA do grupo (de 21,4% para 22,6% do total).

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