Por que as ações do setor de telecomunicações, apesar do bom desempenho operacional e financeiro, não estão acompanhando a evolução do índice Ibovespa?
De fato, em 2003, enquanto o Ibovespa registrou variação positiva de 97,33%, o Índice de Telecomunicações (Itel) aumentou 66,81%. E, a prevalecerem as previsões de especialistas como Jacqueline Lison, da Fator Corretora, essa relação não mudará este ano. Em um alentado relatório sobre perspectivas e estratégias para 2004, embora acreditando na continuidade dos bons resultados, sua recomendação para o setor é ?neutra?.
A principal razão para essa discrepância é a incerteza em relação ao marco regulatório.
Esses fatores já foram considerados para a formação dos preços atuais dos papéis. A tendência é que, na média, mantenham sempre uma distância (para menos na alta e para mais na queda) em relação à variação do Ibovespa.
Menor risco regulatório
Apesar das advertências sobre as incertezas regulatórias, o mesmo relatório ?Perspectivas e Estratégia- 2004? da Fator Corretora, diz que a percepção de risco regulatório diminuiu. Isso é indicado, de um lado, pela manifestação unânime das operadoras de telefonia fixa sobre a intenção de renovar seus contratos de concessão a partir de 2006. De outro, pela publicação dos anteprojetos de lei pela Casa Civil, propondo novas regras para o modelo atual das agências reguladoras.
Diminuiu mas não acabou. Tudo agora vai depender do recheio, de como vai ser o novo indexador de tarifas, quais os critérios para operação e tarifação do unbundling e de quais serão as metas de competição.