A Vivo vai querer um greenfield em Minas, ou só infra-estrutura para roaming? Se quiser ter operação no mercado mineiro, terá que comparar custos. A observação é de Jacqueline Lison, da Fator Doria Atherino, ao comentar o interesse da operadora na faixa de 1,9 GHz, que não será mais exclusiva para WLL. A Anatel anunciou a intenção de oferecer a faixa em leilão, a partir de janeiro de 2006, às operadoras de telefonia móvel. Mas a analista pondera que não é tão simples esta alternativa para a Vivo conquistar os mineiros.
Se por um lado o custo seria alto para comprar a Telemig Celular – que continua investindo na rede GSM, desinteressante para a Vivo, que é CDMA -, por outro, não seria tão barato para a Vivo entrar diretamente com uma nova operação na região, onde já atuam, além da Telemig, a Oi e a TIM, enquanto a Claro está para iniciar sua operação, para não citar a CTBC, em parte do Estado. Como quinta operadora, a Vivo não teria facilidades. Aliás, todas teriam que lutar por rentabilidade, devido à concentração de competidores. A Telemig tem um bom nível de clientes. A Vivo, segundo Jacqueline, correria o risco de ficar com o que sobrar do mercado – clientes da classe C para baixo.
A Telemig é um alvo interessante também para a Claro, que poderia somar essas duas bases de clientes para ultrapassar a TIM no segundo lugar do ranking. Mas com a crise de acionistas no controle da empresa mineira, o prosseguimento na implantação da rede GSM e postergação de uma decisão de venda, a Telemig poderá se tornar um ativo não tão interessante para aquisição. Um sinal do que poderia acontecer foi a reação do mercado financeiro à confirmação da Vivo de que planeja participar de um possível leilão na faixa de 1,9 GHz, lembra Jacqueline: as ações da TCO – que é o veículo de compra no grupo Portugal Telecom, controlador da Vivo, ao lado da Telefônica – subiram, enquanto as da Telemig caíram.
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