Portugal Telecom ainda quer comprar a Telemig

Apesar da intriga política em que está envolvido, o Grupo Portugal Telecom poderá ainda conseguir concretizar seus planos no Brasil e até comprar a Telemig Celular, com a vantagem de não ter de levar a tiracolo a Amazônia Celular. Isto porque, o representante do Angra Partners, gestor do fundo Investidores Institucionais (antigo CVC nacional), Alberto Guth, admitiu em entrevista nesta quinta, 4, a venda separada das duas operadoras. Teoricamente, a Telemig iria para o grupo português e a Amazônia para o grupo mexicano Telmex, para complementar a operação da Claro na região Norte. Fonte do Grupo PT admitiu a este noticiário que apesar de todo esse imbróglio político, o interesse continua de fato na compra da Telemig, especialmente se for desmembrada mesmo da Amazônia Celular.
E a estratégia de investimento do grupo português tem outros movimentos. A Portugal Telecom pode, sim, sair da Vivo, mas condiciona esse movimento a um jogo estratégico. Só estuda uma possível saída da operação celular se conseguir outra operação igualmente ou mais importante no Brasil, seja na área fixa ou móvel. Neste ano, houve algumas tentativas neste sentido. A Portugal Telecom foi sondada pela Telemar se teria interesse em comprá-la. Interesse havia, mesmo porque teria também uma operação móvel, por meio da Oi. Mas quando a conversa chegou ao preço, o namoro terminou abruptamente, pois ficava entre 15 e 20 vezes o valor do Ebitda da companhia, enquanto o aceitável seria de cinco a seis vezes, disse a fonte do Grupo PT.
Houve uma sondagem também com a Brasil Telecom, que tinha igualmente a vantagem de ter uma operação móvel. Neste caso, segundo essa fonte, o processo de negociação não teria avançado, porque o grupo português só seguiria em frente se a Telecom Italia, sócia da BrT e com direito preferencial de compra, saísse do investimento, o que não aconteceu e ainda gerou um processo complicado de disputa entre os sócios da BrT.

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Equilíbrio

O que o grupo português tem enfatizado é que está equilibrado financeiramente em seu país, mas precisa extrapolar as fronteiras que abrigam apenas 10 milhões de habitantes para expandir mais seus negócios. Portanto, vender simplesmente sua participação na Vivo para gerar caixa está fora de cogitação.
Apesar de a nota divulgada pelo Opportunity mencionar que os entendimentos para uma operação entre as empresas Vivo e Telemig Celular S/A tiveram a participação de representantes do Opportunity, Citigroup, Telefónica de España e Portugal Telecom, a fonte do Grupo PT destaca que quem coordenou o processo do lado dos potenciais compradores foi o presidente da Portugal Telecom Investimentos Internacionais, Carlos Vasconcelos Cruz, por um consenso entre Telefónica e PT, representadas pelos acionistas da Brasilcel. A Vivo não teria negociado diretamente em nenhum momento. O Opportunity ainda diz em sua nota que suas negociações teriam ocorrido até setembro do ano passado. Fontes da PT dizem que as negociações foram até dezembro.
Segundo uma fonte com acesso à cúpula da PT, a possibilidade de sair da Vivo e investir em uma fixa expressa um "wishful thinking", um desejo do governo português, que mantém poder de veto na companhia. O governo português se sentiria desconfortável com o fato da PT ter 70% de sua receita proveniente da Vivo, no Brasil, onde não tem poder total de mando, que é dividido com a Telefonica da Espanha. Mas a saída da Vivo é complicada, porque os espanhois dificilmente pagariam o valor que os portugueses querem pela sua metade da Vivo e que seria necessário para adquirir o controle de uma fixa no Brasil.

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