Facebook pode expandir parcerias para conectividade no Brasil

Foto: pixabay.com / Pexels

O interesse do Facebook em programas de universalização não é de hoje, mas recentemente a companhia passou a dedicar mais atenção ao tema. Em fevereiro, a divisão Facebook Connectivity anunciou mais parcerias para expandir a conectividade rural na América Latina, incluindo com a Telefónica, IDB Invest, e CAF (Banco de Desenvolvimento Latino-americano)  para o programa Internet para Todos no Peru; e com a Viasat para o programa de Wi-Fi Comunitário da operadora no México. Nesta última quinta-feira, 2, uma nova etapa: a empresa divulgou parceria de Wi-Fi comunitário usando capacidade satelital no Brasil com a Hispamar e com a Hughes (neste caso, também está incluso o mercado mexicano). 

Segundo apurou este noticiário, para o Brasil, o Facebook está concentrado no momento nos acordos com a Hispamar e a Hughes, mas uma expansão no País é possível. No México, a rede social tem uma parceria com a Viasat (que está atuando no Brasil com a Telebras) para um modelo semelhante. Ou seja, a plataforma do Facebook que será usada nesses casos, a Express Wi-Fi, não é exclusiva e pode ser adotada por outras empresas – no caso, quem a utiliza são os provedores locais.

Modelo de negócios

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Nessas parcerias com as operadoras satelitais, o modelo de negócios não é divulgado, mas para o Facebook há incógnitas. Apesar de fornecer a plataforma de gestão de conexões e dispositivos, a companhia não cobraria das parceiras e nem do consumidor. Toda a operação de compra de créditos é apenas com a parceira (no caso, Hispamar e Hughes) e o provedor local. 

Ainda conforme apurou este noticiário, a plataforma Express Wi-Fi não coleta dados para monetização pelo Facebook. Há, obviamente, a coleta de dados técnicos para ajudar na conexão, como número de telefone como parte do registro do consumidor e a venda de pacotes pré-pagos, para ajudar operadoras/provedores a entender onde o acesso foi comprado e para quem foi vendido. Há coleta de dados ainda na quantidade de sessões de uso, que é uma medição para efetuar a cobrança dos créditos. E também tem as informações para medir a qualidade de serviço nos pontos de acesso, como latência e perda de pacotes. A plataforma também deve ter mecanismo para localizar lojas próximas para efetuar crédito no saldo.

O interesse do Facebook em fornecer conectividade traz um benefício: os usuários certamente deverão acabar utilizando serviços de Intrnet, entre eles os da empresa. Seja a própria rede social, seja o Instagram ou o WhatsApp. É um complemento da estratégia já praticada com as grandes operadoras móveis e baseado em zero-rating com o Free Basics (antigo Internet.org).

A plataforma Express Wi-Fi do Facebook também já é utilizada com operadoras móveis na África do Sul (CellC), Gana (Vodafone) e Filipinas (Globe). Também em fevereiro, a rede social anunciou a entrada das fornecedoras Nokia, Aruba e Edgecore Networks no programa de parceria tecnológica da plataforma, que já contava com a Arista, a Ruckus Networks e a Cambium Networks. Esta última inclusive integrou a tecnologia de acesso mesh auto-organizável (SOMA, na sigla em inglês) à sua linha de produtos Wi-Fi. Além disso, o Facebook é fomentador do Telecom Infra Project (TIP), dedicado a desenvolver tecnologias, plataformas de conectividade e modelos de negócio de baixo custo, da qual Telefônica e TIM Brasil fazem parte, por exemplo.

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