Tráfego em redes móveis aumenta 64% em 2015 no Brasil

Com a demanda por streaming de vídeos aumentando, o tráfego de dados móveis no Brasil vai crescer sete vezes entre 2015 e 2020, de acordo com novo relatório Cisco Visual Network Index (VNI), divulgado nesta quarta-feira, 3. Em 2015, segundo a empresa, as redes de celular trafegaram 112,1 Petabytes por mês – um aumento anual de 64%, mas com estimativa de chegar a 729,7 PB/mês ao final do período. Considerando o acumulado dos 12 meses, foram 1,3 Exabyte no passado, chegando a 8,8 EB/ano em 2020. Isso representará 14% de todo o tráfego de dados (ou seja, incluindo a banda larga fixa), contra 5% no ano passado, já que a banda larga móvel cresce 3,4 vezes mais rápido do que a fixa, ainda na previsão da empresa.

O grande volume de dados vem de acesso a vídeo. Em 2015, esse tipo de conteúdo foi responsável por 56% de todo o tráfego móvel, com previsão de chegar a 75% em 2020. Isso significa que foram 62,4 PB/mês no ano passado, com CAGR de 55% até o fim do período, quando atingirá 550,5 PB/mês. O restante significativo do acesso é composto por streaming de áudio (7%, com previsão de queda para 6%), compartilhamento de arquivos (1%, previsto para 2% em 2020) e navegação na Web e outros com 35% (17% em 2020).

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Por usuário

Essa quantidade de tráfego em redes móveis será utilizada por 182,1 milhões de pessoas, ou 84% da população brasileira, no final da década. Será um crescimento composto médio anual (CAGR) de 1,3%, já que em 2015 a Cisco contabilizou 170,7 milhões de usuários no Brasil, cerca de 82% da população (crescimento de 2% em relação a 2014).

Assim, o tráfego móvel por usuário será de 3.702 MB/mês em 2020, contra 644 MB/mês em 2015, um crescimento médio anual composto de 42%. Isso equivale a 3.378 MB/mês e 539 MB/mês per capita (CAGR de 44%) no ano passado e no fim do período, respectivamente. Considerando média mensal em 2015, a companhia registrou 388 MB/mês por usuário, aumento de 58% em relação a 2014.

O perfil de consumo tem mostrado queda na desigualdade (recuo de 52% comparado a 2010). O índice diz que 1% da base de usuários gera 7% de todo o tráfego em 2015, ou que 20% geram mais da metade (59%) de todo o tráfego mensal. Isso significa que 65,5 milhões de usuários móveis (36% do total) vão gerar mais de 2 GB por mês em 2020, contra 17,6 milhões (10,3%) em 2015.

A quantidade de planos de dados compartilhados com outros membros da família passou de 60% no ano passado, contra 28% em 2014. Segundo a Cisco, a utilização de dados por cada pessoa é menor do que a média em outros planos, "mas não é uma diferença significativa".

Por dispositivo

A entidade contabilizou 302 milhões de dispositivos conectados (1,5 per capita) no País no ano passado, prevendo que essa quantia aumentará para 394 milhões de dispositivos (1,8 per capita). A estimativa considera também aparelhos de conexão máquina-a-máquina (M2M). Para efeito de comparação, a base total de linhas no Brasil em dezembro segundo a Anatel foi de 257,794 milhões de acessos móveis, incluindo também M2M, mas excluindo aparelhos sem conexão à rede móvel (como computadores, tablets, videogames e smart TVs apenas com Wi-Fi).

A empresa afirma que houve um crescimento de 23% no número de smartphones no País no ano passado, quando alcançou a marca de 134 milhões de aparelhos. Essa quantidade deverá chegar a quase dobrar em 2020, totalizando 221 milhões. Considerando tablets, serão 8,7 milhões (contra 3,2 milhões em 2015), enquanto os PCs chegarão a 5 milhões (eram 4 milhões) de unidades.

Os dispositivos vestíveis (wearable devices) vão totalizar 10,1 milhões de unidades em 2020, contra 700 mil em 2015, um CAGR de 71%. Considerando os que terão conexão móvel, serão 900 mil em 2020, contra praticamente nada em 2015. O tráfego desses aparelhos vai gerar 2,7 PB/mês ao fim do período, o que representará 0,4% do total. Isso equivale a 265 MB/mês em média por aparelho, contra 67 MB/mês no ano passado.

A média de consumo por smartphones foi de 667 MB/mês, contra 485 MB/mês em 2014. O PC gerou 2.646 MB/mês (contra 2.124 MB/mês) e o tablet gerou 2.901 MB/mês contra 2.199 MB/mês.

Por sua vez, o tráfego M2M aumentará 25 vezes no período, chegando a 55,6 PB/mês em 2020, ou 8% do total do tráfego (contra 2% atuais). Cada módulo M2M gerará 713 MB/mês, contra 118 MB/mês em 2015. O estudo Cisco VNI ainda afirma que o País terá 100% de todo o tráfego de dados móveis considerado "smart", ou seja, utilizando dispositivos como smartphones ou tablets. Em 2015, eram  94%.

Metodologia

O VNI é feito com base em medições da Cisco e previsões com base em adoção de aplicações móveis, minutos de uso e de velocidade de transmissão de dados.

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