Anatel e Aneel esperam regularizar disputas por preços nos postes ainda este ano

Ponto importante para provedores regionais, o uso dos pontos de fixação nos postes tem trazido dores de cabeça para as empresas, que afirmam que o preço de referência estipulado em R$ 3,19 em 2014 não vem sendo considerado nas disputas com as distribuidoras de energia elétrica. De acordo com o superintendente executivo da Anatel, Carlos Baigorri, após uma reunião com diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há uma expectativa de resolver o passivo de processos desses recursos ao longo do ano, trazendo a esperança de que as resoluções de conflitos sejam realizadas de forma mais ágil.

Baigorri explica que, se por um lado as distribuidoras não fizeram esforço no preço, o setor de telecomunicações e a Anatel não teriam procurado a regularização das situações problemáticas. Atualmente, há postes com cabos que ninguém sabe a quem pertence. O superintendente explica que, nesses casos, a distribuidora tem o direito inclusive de desmobilizar, isto é, desfazer-se dos fios. Agora, o trabalho conjunto da Anatel e Aneel visa promover a maior regularização: as distribuidoras deverão enviar ofícios para que as operadoras e provedores declarem quais são os cabos e em que postes. Em contrapartida, o preço de referência voltaria a ser considerado.

Há ainda a questão sobre a quem cabe arbitrar os recursos: se a própria comissão formada pelas agências ou um terceiro, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que pela resolução conjunta número 2 teria voto de desempate. "A posição da nossa área, e que ainda carece a procuradoria (dar o aval), é que a própria comissão analise em primeira e segunda instâncias", diz, reconhecendo que o ponto não está claro e que ainda requer análise.

Notícias relacionadas

Ainda assim, esse esforço não garante que a disputa não acabe judicializada. O presidente da Abrint, Erich Rodrigues, afirma que esse caminho pode ser inevitável, lembrando que a questão da regularização dos postes não é tão grave nas cidades pequenas, onde "não tem o problema da bagunça das capitais". Baigorri justificou que as agências não estão de mãos atadas, mas que se uma empresa quiser buscar o judiciário nessa disputa, nada a impede.

Snoa

Outra queixa dos provedores regionais é a eficácia do sistema de ofertas de atacado (SNOA). Baigorri argumenta que desde a implantação da ferramenta em 2012 o mercado mudou, saindo do foco em EILD e interconexão móvel. Ele afirma que a superintendência de competição da agência está em fase de revisão do sistema, agora focando em transmissão de alta capacidade e interconexão fixa, da Classe 1, justamente para se adequar à nova dinâmica do mercado e após estudo de impacto regulatório do PGMC. "O grande enfoque do estudo são redes de transporte de alta capacidade, como links em fibra de 150 Mbps, porque EILD está limitada a 34 Mbps", diz. "Entendo e sei que é frustrante a demora", explica, completando em seguida que esse tempo é necessário para trazer maior segurança ao processo

Compromisso

Falando do projeto estrutural de redes, Carlos Baigorri garantiu que o mapeamento da infraestrutura de transporte e acesso, com backhauls e backbones regionais, fundamentará a decisão das localidades que receberão investimentos vindos de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou mesmo no caso da aprovação do PLC 79/2016. "Se existirem cidades com atendimento de fibra, certamente não vamos gastar esse dinheiro para construir outra rede porque estaríamos usando o recurso de forma ineficiente, e isso gera responsabilização que o TCU iria verificar como dano ao erário", declara.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!