De acordo com o balanço dos resultados de 2006 do Grupo Telefónica mostra crescimento de 41,5% da receita em relação ao ano anterior, para 52,9 bilhões de euros, enquanto no quarto trimestre a evolução foi de 37,4%; o crescimento do valor básico por ação de 42,9% para 1,304 euro/ação; e a cifra histórica recorde de lucro líquido de 6,2 bilhões de euros – 40,2% superior ao obtido em 2005. A receita cresceu 41,5% em 2006 e atingiu 52,9 bilhões de euros
A base total de acessos ficou em 203,2 milhões, 32,4% a mais que em 2005. O número de clientes finais cresceu 32,3% para 200,7 milhões de 2005 para 2006. O melhor desempenho foi em TV paga, com aumento de 55,7% no número de acessos, passando de 683 mil para mais de 1 milhão no período. O segundo maior crescimento (46,4%) foi em acessos celulares, que superaram 145 milhões. Na seqüência estão os acessos de dados e internet, com crescimento de 10,6% para 11 milhões. Dentro deste bloco, a banda larga teve aumento de 41% para 5,6 milhões de acessos, enquanto a banda estreita caiu 22,6% para 3,9 milhões. Os acessos de telefonia fixa aumentaram apenas 3,6% para 42,3 milhões.
Somente no quarto trimestre, o ganho líquido de acessos superou 7,3 milhões, dos quais mais de 6,6 milhões em telefonia móvel, quase 700 mil em banda larga e 200 mil em TV paga. O crescimento orgânico da receita alcançou 7,8%. Neste caso está incluída a consolidação da Telefónica O2 República Checa, no período janeiro-dezembro de 2005, e o grupo O2, em fevereiro-dezembro de 2005. Exclui a consolidação da Telefónica Telecom (anteriormente denominada Colombia Telecom) e Iberbanda, em 2006.
Banda larga na América Latina
O Grupo Telefónica Latinoamérica totalizou receita de 9,5 bilhões de euros em 2006, 14,2% maior que em 2005. O maior crescimento foi da TASA (13,6%), seguida da Telesp (+1,5% em moeda local). Este resultado cumpre o objetivo da companhia que estimava o crescimento da receita num patamar muito menor, de 4% a 6%, incluindo a reclassificação dos gastos correspondentes no Brasil, Argentina e Peru, e do serviço de telefonia pública no Brasil. O crescimento da unidade latinoamericana está sustentado principalmente pela elevação de todas as suas operadoras em banda larga, com conseqüente aumento da receita do negócio de internet (banda estreita, banda larga e TV paga) de 17,3% em euros, e que representam 14,9% das receitas ante 13,3% em 2005.
O Brasil obteve crescimento de 1,5% em suas receitas, em moeda local, o que é explicado principalmente pelo aumento de 15,3% em moeda local das receitas do negócio de internet (banda estreita e banda larga), já que o negócio tradicional manteve-se praticamente estável como conseqüência de uma ligeira diminuição de linhas fixas e da tendência decrescente do tráfego. E isto a companhia está tentando compensar por meio da comercialização de pacotes.
Os acessos em banda larga à internet no varejo passaram de 2,7 milhões para 3,7 milhões na Telefónica da Espanha, de 2005 para 2006. O segundo maior volume é o da Telesp, que passou de 1,2 milhão para 1,6 milhão no período, e em terceiro lugar vem a Telefónica de Argentina, que passou de 304 mil para 518 mil. A adição líquida para a Telesp foi de 400 mil acessos no período.
Os gastos da Telefónica na região somaram 5,3 bilhões de euros (+17,9%) em 2006. Os custos operacionais aumentaram 7,6% em euros, o que foi afetado pelos custos de reestruturação do modelo no Brasil, Argentina e Chile durante o ano passado. Por outro lado, os maiores desembolsos com impostos foram registrados na Telesp, devido ao novo contrato de concessão. O Capex (despesa de capital) do Grupo na América Latina foi de 1,2 bilhão de euros em 2006 (+29,9% em relação a 2005). A geração livre de caixa (Ebitda-Capex) foi de 2,5 bilhões de euros em 2006, com aumento de 5,3% em relação ao ano anterior.
Margem Ebitda da Telesp
A Telesp obteve a maior margem Ebitda na telefonia fixa do grupo (47,4% ante 45,8% em 2005 – variação de 1,6 ponto percentual). Desta forma, desbancou a Telefónica de Argentina, cuja margem caiu de 50,9% para 40,7% no período, à frente apenas da Telefónica de España, que ficou na lanterninha do grupo, com 38,2% (40,7% em 2005).
A Telesp encerrou 2006 com 15,7 milhões de acessos, 0,4% maior que um ano antes. Em telefonia fixa, a Telesp registrou 12,1 milhões de acessos (-1,9% interanual), das quais 19% são linhas pré-pagas e com limite de consumo.
O tráfego de voz somou 69,7 milhões de minutos para a Telesp, com queda interanual de 3,9%, devido à redução de 3,1% no tráfego local, principalmente pelo menor consumo por linha e encolhimento da planta. O tráfego de longa distância também caiu, especialmente intra-estado, com perda para a telefonia móvel.
A transferência líquida de receita da Telesp atingiu 5,5 bilhões de euros, com aumento de 1,5% em moeda local, ante crescimento de 2,1% até setembro. O grupo atribui a menor taxa de crescimento à desaceleração do negócio tradicional (+0,1% ante + 0,6% nos primeiros noves meses), em grande parte explicado pela redução da planta média de telefonia fixa e do tráfego por linha. Também contribuiu o crescimento da banda larga (+27% em moeda local) e, em menor escala, o aumento dos negócios de dados e de tecnologias da informação.
Os gastos operacionais da Telesp evoluíram 4,8% de um ano para outro, principalmente com o maior desembolso de impostos (+72,7%). Por outro lado, os gastos para provisionamento foram 0,7% maiores devido à desaceleração da interconexão como resultado da menor receita por tráfego com a terminação móvel. Os gastos em serviços exteriores subiram 2,5%.
O resultado operacional antes das amortizações da Telesp em dezembro foi de 2,6 bilhões de euros (+5,1% em comparação a igual período de 2005). O Capex acumulado em dezembro atingiu 639 milhões de euros, 1,3% inferior a igual período de 2005 na moeda local. Assim, a geração livre de caixa (Ebitda-Capex) ficou em 1,9 bilhão de euros (+7,3% interanual em moeda local).
A margem do resultado operacional antes das amortizações (Ebitda) do Brasil caiu de 18,8% em 2005 para 16,5% em 2006.
Serviços móveis
A Telefónica Móviles Latinoamérica atingiu Ebitda de 2,4 bilhões de euros, com forte crescimento no ano de 38,5% e melhora interanual da margem sobre receitas de 3,5 pontos percentuais, para 26,3%. De acordo com o relatório, como conseqüência da amortização de ações próprias que a Telesp realizou durante o exercício e a compra dos minoritários da Telefónica Data Brasil, além de sua posterior fusão com a Telesp, o percentual de participação do Grupo Telefónica no capital da Telesp cresceu 88,01%. A sociedade continua com o processo de consolidação, por meio de uma integração global.